Um passageiro foi flagrado transportando cerca de 140 unidades de substância de uso controlado, comumente aplicada para emagrecimento, durante fiscalização no Aeroporto Internacional de Ponta Porã, na última quinta-feira (19).
O material, encontrado na bagagem, não tinha registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e tampouco prescrição médica, conforme apurado pelas autoridades que atuam na área.
As canetas foram apreendidas e o passageiro foi levado para prestar esclarecimentos na Polícia Federal. Ele poderá responder por crime contra a saúde pública, previsto na legislação federal.
Na fronteira, acesso é fácil e sem exigência de receita – A facilidade no acesso a essas canetas emagrecedoras no Paraguai já havia sido mostrada em reportagem anterior do Campo Grande News. Em Pedro Juan Caballero, cidade separada de Ponta Porã por uma rua, medicamentos como o Lipoless — que tem o mesmo princípio ativo do Mounjaro — são vendidos em farmácias por cerca de R$ 540, sem necessidade de receita médica.
Vendedores fornecem orientações sobre o uso do produto e, por uma taxa extra de R$ 50, há entrega até em cidades sul-mato-grossenses, como Dourados.
Segundo o presidente do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul, Marcelo Santana, o uso desses medicamentos sem aprovação da Anvisa representa risco à saúde dos pacientes e fere a legislação brasileira.
“A falta de testes adequados e a ausência de informações claras sobre o seu uso podem levar a sérios efeitos colaterais”, afirmou.
Comercializados legalmente no Paraguai, os produtos são importados de maneira irregular para o Brasil, onde clínicas chegam a cobrar até dez vezes mais dos pacientes. Em Campo Grande, uma única caneta chega a ser vendida por até R$ 9 mil.
Matéria: Campo Grande News


