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Álcool no sangue de jovem morto em UPA era 4 vezes acima do limite

O exame toxicológico realizado no sangue de Matheus Santana Falcão, de 21 anos, revelou um nível de álcool quatro vezes acima do limite máximo permitido para dirigir no Brasil, por exemplo. O resultado aponta 8,59 decigramas por litro de sangue (0,859 g/L), concentração que o levou à morte.

Matheus faleceu cerca de 1h30 após dar entrada na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Universitário, em Campo Grande, no dia 3 de outubro, depois de vomitar um líquido escuro e apresentar sinais de intoxicação severa. A princípio, o caso foi tratado como suspeita de envenenamento por metanol, o mesmo tipo de álcool usado em bebidas adulteradas, mas o laudo pericial descartou essa hipótese.

A análise confirmou apenas a presença de etanol (álcool comum), indicando que a morte não foi causada por contaminação, mas possivelmente pelos efeitos da ingestão contínua e excessiva de bebida alcoólica.

Para comparação, o Código de Trânsito Brasileiro estabelece o limite de 0,2 g/L como suficiente para caracterizar embriaguez ao volante. O nível encontrado em Matheus foi 4,3 vezes superior a esse valor, o equivalente a 330% acima do máximo tolerado.

De acordo com peritos, essa taxa corresponde a um quadro de intoxicação aguda em que o corpo perde rapidamente a capacidade de eliminar o álcool. A concentração pode causar depressão respiratória, queda de pressão e até parada cardiorrespiratória.

Conforme relato da família, Matheus havia passado seis dias bebendo sem interrupção. O jovem costumava ingerir o chamado “corotinho”, uma garrafinha de cachaça barata, de alto teor alcoólico.

A mãe contou que ele começou a beber ainda na infância, e o primeiro episódio de embriaguez ocorreu aos 9 anos. Mesmo com tentativas da família de restringir o consumo, o hábito se agravou nos últimos anos.

Laudo e procedimentos

O material foi analisado pelo Instituto de Análises Laboratoriais Forenses, vinculado à Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul, com apoio da Perícia Oficial e Identificação Técnica de Mato Grosso e da Universidade Federal de Mato Grosso.

Os peritos utilizaram o método de cromatografia em fase gasosa com detector de ionização de chama, técnica de alta precisão usada para identificar substâncias voláteis. O documento confirma que não havia metanol, mas sim etanol em nível tóxico. Parte da amostra foi armazenada como contraprova, conforme o CPP (Código de Processo Penal).

A morte de Matheus foi o primeiro caso registrado em Mato Grosso do Sul com suspeita de intoxicação por metanol desde que o país passou a monitorar o problema, após notificações em outros estados. O caso reforça o alerta das autoridades para os riscos do consumo excessivo de bebidas de procedência duvidosa e o impacto devastador do alcoolismo precoce.

 

Matéria: Campo Grande News

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